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É TEMPO DE APRENDER DIFERENTE

Em um tempo de tantas mudanças, a maior revolução de todas, o ensino, continua sendo a que tem menos atenção da sociedade. Temos estruturas escolares com formatos do século 19contrapondo-se aos estudantes da geraçãoalpha. O Brasil está em um momento bastante difícil do ponto de vista econômico, político e ético, no entanto, a educação não pode ser isolada desse contexto adverso.

A nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento de caráter normativo que determina o conjunto de habilidades e conhecimentos essenciais que todos os estudantes devem desenvolver a cada ano e etapa da Educação Básica, nasceu da necessidadedo ensino deixar de ser o conteúdo e colocar os estudantes no centro do processo de ensino e aprendizagem. A BNCC é o ponto de partida para a construção de um currículo, formação de professores, avaliação, elaboração de conteúdos educacionais e critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da educação de maneira uniforme, de Norte a Sul do Brasil.

A escola tem que formar estudanteslifelonglearner, ou seja, um eterno aprendiz,não no sentido pejorativo de ser um iniciante para sempre em algo, mas de estar sempre buscando novos aprendizados e experiências, pois as profissões estão sendo transformadas pela automação e aceleração de processos. Diante disso, os professores devem atuar como colaboradores e não como repassadores e detentores de conhecimentos. O modelo educacional deve estar focado em ensinar a pensar, a aprender e a agir. Escola tem que ser espaço para metodologias ativas, como a sala de aula invertida, por exemplo, e envolver toda a sua comunidade escolar em projetos interdisciplinares.

Habilidades são mais importantes do que técnicas. O mercado de trabalho busca profissionais criativos, resilientes e preparados para se adaptar a mudanças e encarar desafios. Dessa forma, a BNCC aponta as competências e habilidadesnecessárias que devem ser desenvolvidas ao longo da Educação Básica. Nesse cenário, um grande desafio consiste em pensar o ensino e as práticas pedagógicas com base nessascompetências e habilidades, abandonando o enfoque puramente conteudista comum em nossa região. A transformação de um modelo de ensino falido tem que ser uma construção coletiva, a mudança não pode ser triunfo isolado de uma instituição ou órgão de ensino. Devem serdiscutidos temas emergentes, como o horário de início e término das aulas e um tempo maior para intervalos, pontos destacados nos resultados alcançados pela Finlândia, que tem um sistema de ensino que prima pela qualidade na construção do conhecimento e pelo bem-estar das crianças.

Tem que existir na escola tempo para experimentação, dessa forma, o estudante vai testar suas hipóteses, vai acertar ou vai errar exercitando o raciocínio lógico, a criatividade e a imaginação. Os conteúdos têm que dialogar com a realidade dos estudantes e propor experiências que se aproximem do seu cotidiano. Entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva,essas ideiasfazem parte das habilidades apontadas como essenciais da BNCC e estão expressas em dez competências gerais que definem o cidadão que a escola deve formar.

A escola necessita estar pronta para desenvolver cinco habilidades essências na vida acadêmica do estudante: colaboração, criatividade, empatia, pensamento crítico e resiliência. Essas habilidades só poderão ser desenvolvidas por meio de convivência e atividades práticas.

Angelina Costa Cruz
Mestre em Computação Aplicada
Coordenadora do Colégio Gláucia Costa
Timon/ MA – 17/09/2018