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Acessibilidade e educação inclusiva

Em tempos de educação inclusiva e atitudes politicamente corretas, em defesa das pessoas com deficiência, é admirável o trabalho desenvolvido pela primeira dama do Estado, Rejane Dias, à frente da Coordenadoria Estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência (CEID). As ações modificam concretamente o cenário da exclusão, a que estavam submetidas às pessoas com deficiência; o que colabora efetivamente para quebrar resistências e pôr fim a preconceitos, que ainda persistem em torno das pessoas com deficiência (qualquer que seja ela).

A presença da CEID, alerta a sociedade piauiense para o respeito, a tolerância e solidariedade, contribuindo para elevar o nível de qualidade de vida de milhares de pessoas, e de conscientização da sociedade; é necessário reconhecer a importância desse trabalho, que ele continue a envolver a sociedade numa luta permanente.

Entretanto, nem sempre foi assim, o salto de qualidade que se atinge hoje no atendimento às pessoas com deficiência, nem de longe se assemelha a intolerância e desrespeito que sempre cercou as pessoas com deficiência, em um passado recente. A expressão “educação inclusiva” é algo novo tanto para a sociedade como para a escola, que hoje a adota formalmente por imperativo social, mas na verdade a instituição escolar, por muito tempo excluiu o aluno de modo geral e principalmente com deficiência, primeiro quanto à forma de ensino, e segundo quanto a não aceitação de alunos diferentes. Uma escola tão distante quanto pouco acolhedora, tão inacessível quanto excludente. Vale a pena o caro leitor, saber um pouco dessa história.

Minha expectativa em aprender era imensa, porém o que se valorizava muito naquela escola, era o programa linear, imutável, a repetição, a rigidez das normas e por aí vai. Ah, se não fossem os gibis! Não havia espaço para curiosidade ou coisa parecida. Somente nos últimos anos do Fundamental, surgiu algo diferente (e percebi que nem tudo estava perdido), uma professora que parecia apaixonada pela leitura, trazia livros, levou a turma à biblioteca, e falava dos grandes autores de modo especial. Ela foi uma agradável exceção, tudo o mais era sem brilho, a escola sempre foi fria, não acolhia, excluía os diferentes. Não havia, preocupação ou sensibilidade em relação às pessoas com deficiência de modo geral, eu mesma tentava parecer igual para não “tumultuar” o processo, por isso era sempre prejudicada.

Assim, a escola que deveria representar descoberta, criatividade, conhecimento, não passava de um ritual obrigatório, e nunca me entendeu. Mas, enfim sobrevivi, graças a Deus, é claro e a determinação de minha mãe (maior que qualquer adversidade). Desse modo, sempre que vejo na imprensa, os resultados positivos das ações da CEID, fico feliz em saber que finalmente a sociedade abraçou a causa, e que suas ações mobilizam a sociedade.

Quanto à escola; depois de superar tantos obstáculos acredito que propostas e caminhos alternativos em torno da educação, pode transformar a realidade e promover a construção de uma escola mais solidária, inclusiva e cidadã para todos. Pessoalmente, coloco essa teoria em prática há alguns anos, quando minha família decidiu construir esse sonho, hoje a escola é um fato, e os frutos colhidos são reais, uma escola que vê a educação com seriedade, valoriza o educando eleva sua auto estima, e respeita suas diferenças. E pode acreditar caro leitor, quando o assunto é escola em terras timonenses, a educação tem um novo conceito.

Artigo publicado no Jornal Meio Norte
01 de janeiro de 2008 / Teresina – PI
ANGELY COSTA CRUZ
Bacharel em Biblioteconomia – UESPI / PII
Especialista em Leitura e Produção Textual – CEFET/ PI
Coordenadora do Colégio “Gláucia Costa”
E-mail: angelina@colegioglauciacosta.com.br